Muito tem sido questionado a respeito dos conteúdos e metodologias de ensino que são desenvolvidos dentro das salas de aulas, contudo, deve-se primeiro o conhecimento da postura didática e do verdadeiro papel do professor em sala para a construção de conhecimentos.
Diante das rápidas transformações ocorridas no atual mundo contemporâneo em um processo rápido na busca pelo conhecimento, as relações sociais, as de trabalho, e a comunicação reconhecem a fundamental importância do professor para atender a essa perspectiva, considera se então que o papel atribuído a este deve ser muito mais o de mediador do processo de ampliação da ação dos diferentes sujeitos sociais, contribuindo para torná-los protagonistas das suas próprias histórias. De acordo com Santiago:
acredita-se que estamos vivemos um tempo caracterizado por uma verdadeira revolução cultural, propiciada pelas forças que assumem no cotidiano das sociedade contemporânea as distintas formas de comunicação e informação. Em meio aos avanços tecnológicos que o mundo vem passando, propomos discutir como esses meios vêm sendo responsáveis pela disseminação de informações e de mudanças de hábitos. (2007, p. 03)
Esse cenário de grandes inovações e poucos avanços educacionais, percebe-se a utilização cada vez mais freqüente dos meios eletrônicos e das tecnologias de comunicação está transformando as práticas sociais do mundo contemporâneo, moldando-as, pautando suas idéias e ações, enfim, agindo de uma forma determinante em nossa sociedade. Sendo assim, a escola tem um papel fundamental nesse processo no que concerne à sua atuação nesse mundo da informação e dos meios eletrônicos. Como afirma Ferres:
É surpreendente que a instituição escolar não tenha somente deixado que essa hegemonia na educação lhe fosse usurpada, mas que ainda assista impassível, ao processo da penetração da cultura audiovisual, sem oferecer sequer modelos de interpretação e de análise critica para as novas gerações. (1996, p. 10)
Contudo, é necessário destacar que diante de todos esses avanços tecnológicos chamados por Santos 1982, de “Meio Técnico Científico
Informacional” é inaceitável a substituição do professor pelos mesmos, afinal mesmo com tecnologias, métodos, manuais e programas supostamente adequados, tudo isso depende essencialmente da postura do professor, sem esquecer que tal trabalho depende também da forma de gestão e da coordenação da Escola.
Com base na teoria de Piaget, o aprendizado acontece de forma que o aluno seja sujeito ativo, e que esse busque com mais frequência o seu desenvolvimento intelectual, indo de contra ao modelo tradicional de intervenção do professor que consiste em explicar como resolver os problemas e dizer que está tudo certo.
Essa teoria enfatiza de fato a importância da observação do professor sobre o aluno e colocando-o como o incentivador, o encorajador para o estudante. Dessa forma, o professor e o aluno são responsáveis nesse processo, pois mesmo diante das dificuldades tem o poder de transformar a realidade posta, ao passo que o primeiro estimula o discente a participar, valorizando-o por meio da construção de uma relação interativa obtendo êxito no processo ensino aprendizagem, pois a relação entre o educador e o aluno ocorre através da troca de conhecimentos e experiências do cotidiano.
Dentro da perspectiva do ensino de Geografia, como meio que se encontra entrelaçada numa visão mercadológica de educação, a mesma passa a viver uma dualidade entre suas concepções de mundo e a lógica formal a que o ensino desta ciência está submetido. Essa discussão remete ao ensino de Geografia, enfocando o papel do professor nesta disciplina enquanto sujeito de transformação da sociedade, juntamente com os alunos.
Segundo Cavalcanti:
O ensino de Geografia, assim concebido, busca propiciar a construção de conhecimentos e, especialmente, de conceitos geográficos pelos alunos. Para tanto, ganha importância a compreensão dos processos de mediação docente em função da aprendizagem desses alunos. (1998.p.14)
Por sua vez, cabe ao professor, utilizar de diversas metodologias, e com elas, novos recursos didáticos, como novas tecnologias, buscar desenvolver nos alunos a capacidade de fazê-los perceberem que as formas e os conteúdos das coisas, assim como a organização da sociedade são construções históricas sociais produzidas pelo homem. É importante que os
professores compreendam que, apesar de não haver condições objetivas para efetivas mudanças, tanto no âmbito escolar como fora dele, o papel do professor é, além de realizar um ensino de qualidade, lutar por essas condições dentro e fora da escola.
A facilidade de acesso as novas tecnologias por parte dos alunos, cria-se uma mudança no comportamento didático do professor, afinal a tecnologia faz parte do cotidiano de todos os jovens. Os alunos esperam que o professor utilize disso em sala de aula. Seu papel mudou completamente, mas continua essencial. Ele guia o processo de aprendizagem, sendo o elo entre o aluno e a comunidade científica. O problema é, adaptar a tecnologia ao conteúdo pedagógico. Não basta apenas investir em laboratórios, salas multimídia e projetores de luz. Muitas escolas, mesmo aquelas que gastam “rios” de dinheiro em equipamentos de última geração, deixam de lado o treinamento dos professores. Sem mudança na metodologia, as novas ferramentas são subtilizadas.
O professor, com o uso das novas tecnologias em sala de aula, pode se tornar um orientador do processo de aprendizagem, trabalhando de maneira equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial. (Moran, 2000)
O professor, como mediador, facilitador do processo de aprendizagem, fazendo uso das ferramentas eletrônicas é quem irá desenvolver em sua prática pedagógica as novas tecnologias de ensino utilizando as tecnologias digitais. Através dessa proposta, o aluno construirá estruturas mentais que darão suporte para o uso da ferramenta tecnológica em qualquer situação.
A tecnologia educacional, portanto, ampliou seu significado constituindo-se no estudo teórico-prático da utilização das tecnologias, objetivando o conhecimento, a análise e a utilização crítica destas tecnologias, ela serve de instrumento aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade. Sampaio & Leite afirmam:
envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. (2003, p, 14)
É preciso que o professor esteja imbuído de compromisso e responsabilidade, seja portador de competências e atitudes que o capacitem a ultrapassar os obstáculos de toda ordem, para a consecução de seu objetivo primeiro: a formação de profissionais para o exercício pleno de sua cidadania.